Vai frio, aqui, neste lugar onde me encontro
Vai passando o tempo por ele
Envelhecendo-o
Cavando sulcos infindavelmente profundos no seu corpo frágil
Rasgando a visibilidade de si
Tornando-o cada vez mais desvanecido aos meus cansados olhos
Até que não reste mais do que pequenas lembranças do que foi um dia
Vai frio, aí na amargura do teu olhar
Na docilidade que carregaste no tempo até aqui
E que me ofereces agora no fim dos teus ternos batimentos
A experiência milenar
Que cronicamente desperdiço
Envelheço quando o espelho me diz que não
Rejuvenesço quando me sussurras ao ouvido o desejo de me levar nos braços
Iludindo com um calor artificial
Aqueces-me